O padre Emilson deixando a Deam, na terça-feira Foto: Bruno Gonzalez
A Igreja Católica condena o uso de preservativos. Mas isso aparentemente não incomodava padre Emilson. O relato da jovem de 19 anos — que diz ter sido vítima de estupro pelo religioso aos 13 — e o vídeo no qual Emilson aparece em cenas de sexo mostram que o sacerdote usava camisinha.
— Ele guardava camisinhas debaixo de uma santa na casa paroquial. Achava um desrespeito. Quando reclamava, ele ria — disse a jovem ao EXTRA.
Ela também conta que o padre tinha uma banheira de hidromassagem em forma de coração na casa paroquial da Igreja Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, onde foi pároco até 2009.
— Essa notícia surpreendeu todos nós. O padre vivia na minha casa, almoçava com a minha família. Era um homem comum, uma boa pessoa — conta uma beata.
— Tinha boca e não falava — comenta uma cliente do salão de cabelereiro na área.
Durante seu período na paróquia, o padre ficou conhecido pela gestão transparente: passou a divulgar o balancete da igreja num quadro de avisos ao lado do altar.
Depoimento do teólogo e filósofo Homero Fraga, de 39 anos, professor do curso de extensão da Uerj
“Eu quase fui padre, cheguei a ser seminarista. Mas, na hora do vamos ver, dei para trás. É uma vida muito difícil. Na maioria das ordens católicas, quando você recebe os sacramentos da Igreja, faz três votos que são considerados muito importantes para a vida sacerdotal: pobreza, castidade e obediência. Estes dois últimos votos, pelo menos, esse padre (Emilson) rompeu claramente. O padre já é naturalmente interditado para o sexo, um dos principais dogmas da Igreja Católica. Ou seja, ele infringiu uma normal central.
Você tem os dez mandamentos, os sete pecados capitais... A Igreja usa tudo isso para tornar sua linguagem mais simples e, assim, chegar aos fiéis. E dá para dizer que ao menos o pecado da luxúria esse padre cometeu. Mesmo porque o Catolicismo combate muito isso, por meio de dogmas como o casamento.
Ser celibatário é muito penoso. É por isso que os padres tendem à perversão. Mas, mesmo assim, acho muito difícil que revertam esta questão. Acredito que a Igreja Católica vai continuar fazendo vista grossa, até mesmo pela questão econômica. Se o padre morre, qualquer bem que ele tenha passa para a Igreja.”
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