sexta-feira, 8 de março de 2013

Velório de Chávez será estendido por mais sete dias Fila para se despedir do presidente venezuelano dura até 9 horas Seu corpo será embalsamado e exposto em uma urna de vidro, de acordo com Nicolás Maduro


Venezuelanos choram pela morte de Hugo Chávez durante velório em Caracas
Foto: HANDOUT / REUTERS
Venezuelanos choram pela morte de Hugo Chávez durante velório em Caracas HANDOUT / REUTERS
CARACAS - Para que todos os venezuelanos possam se despedir de Hugo Chávez seu velório será estendido por mais sete dias, disse nesta sexta-feira o presidente em exercício, Nicolás Maduro. Seu corpo será embalsamado para ser exposto permanentemente no Museu da Revolução, que ainda será construído, em uma urna de vidro. A fila de mais de três quilômetros na porta da Academia Militar, em Caracas, começou ainda de noite, atravessou a madrugada e continua nesta quinta-feira. A espera pode durar até nove horas. Na sexta-feira, às 11h (horário local), será celebrado o funeral para os chefes de Estado presentes - segundo Maduro, 55 confirmaram presença.
- Vamos embalsamar o corpo de Chávez para que o povo possa vê-lo eternamente - disse Maduro, em cadeia nacional. - Comandante, leve nosso abraço a Simón, a Allende, a Che. Povo venezuelano, vão ver Hugo Chávez. É seu comandante, ele pertence a vocês.
De acordo com Maduro, após o funeral de sexta-feira - que deve contar com a presença de todos os presidentes da América do Sul, com exceção do paraguaio Federico Franco -, o corpo de Chávez será levado para o Quartel 4 de Fevereiro - antigo Museu Militar - onde permanecerá por pelo menos sete dias. O local será convertido no Museu da Revolução. O corpo de Chávez será embalsamado e colocado em uma urna de vidro “sempre visível para o povo”.
Depois de uma cerimônia privada para a família de Chávez, o caixão com o corpo foi aberto e exposto ao público, que aguardava em uma longa fila. Dezenas de milhares de pessoas aguardam no local com quadros, flores, camisas e cartazes com imagens e fotos do presidente. “Chávez, eu juro, eu voto em Maduro”, entoaram partidários do líder. Durante a espera, alguns venezuelanos passaram mal, sofreram com o calor, falta de hidratação e fadiga, afirmou o jornal “El Nacional”. Pelo menos dois milhões de pessoas já passaram pela capela onde está o corpo, informou o governo.
Quem sai conta que Chávez descansa vestido com seu habitual traje militar verde oliva, a boina vermelha que costumava usar em comícios e a faixa presidencial, de acordo com pessoas que viram o corpo velado na capela ardente da Academia Militar de Forte Tiuna, em Caracas. Alguns comentavam que ele aparentava estar sempre “forte”, informou o jornal venezuelano “El Nacional” nesta quinta-feira. Outros, no entanto, disseram que ele parecia um boneco.
Na saída do velório, havia vários painéis para que os venezuelanos deixassem suas condolências. A maioria não disse nada. Na última vez que viam o presidente, quase todos saíram em silêncio. Sem que imagens próximas do caixão fossem difundidas nas primeiras horas, muitos comentaram no Twitter suas impressões sobre o velório do presidente.
“Hoje vi o corpo e o rosto de Chávez, escreveu o deputado Eduardo Pinate, do PSUV, dizendo que o semblante do presidente estava sereno.
O jovem @robertotgh, que se identifica como chavista e revolucionário, afirmou: “Vi o comandante Chávez com seu uniforme e sua boina vermelha. Nessa urna não cabe tanta glória. Que viva Chávez.”
Para outro, @enriqueboutto, ele parecia dormir: “Prestei homenagens a Chávez. Vi seu rosto de sempre. Grande. Parecia dormir certo de que seguiremos seu exemplo.”
Após sete horas de cortejo pelas ruas venezuelanas, o corpo do presidente chegou à Academia Militar às 17h50m (locais) de quarta-feira. Foram preparadas várias barricadas para conter a multidão, mas não funcionou. Pessoas foram empurradas e espremidas. Houve gritos, lágrimas e aplausos, afirmou o jornal venezuelano “El Tiempo”.
Chávez morreu na tarde da terça-feira no Hospital Militar em Caracas, após dois anos de luta contra o câncer. Em seu lugar, assumiu o vice-presidente Nicolás Maduro, que deverá se candidatar à Presidência.

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