terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Prefeitura do Rio lança mictório público batizado de UFA Unidade Fornecedora de Alívio não utiliza água corrente e é de graça. Primeiro mictório foi instalado na calçada da Rua Bento Ribeiro, na Central.


Depois da repressão, uma opção. Após deter 808 pessoas só neste carnaval por urinar na rua, a Prefeitura do Rio de Janeiro começou nesta terça-feira (16) a instalar mictórios públicos e gratuitos para pedestres pelas ruas da cidade. Sob o bem-humorado nome Ufa! - Unidade Fornecedora de Alívio -, o primeiro deles foi inaugurado de manhã na Central do Brasil, local escolhido pelo grande volume de pessoas que passam por ali todos os dias, devido à estação final de trens da Supervia e a terminais de ônibus municipais e intermunicipais. Orçado em R$ 19 mil, ele foi insatalado em parceria com a iniciativa  privada. O projeto é piloto e será testado durante um ou dois meses pela prefeitura.
O primeiro mictório fica na saída  principal para a Rua Bento Ribeiro, em frente ao Palácio Duque de Caxias. Segundo o secretário municipal de Conservação, Marcus Belchior, que o inaugurou sua grande vantagem é que ele tem ligação direta com a rede de esgoto da Cedae e uma válvula especial que não permite o retorno do mau cheiro das galerias. Além disso, é econômico por não utilizar água corrente. "Não tem mais aquele cheiro ruim característico dos lugares onde as pessoas urinam".
Ismael Silva aprovou o Ufa! (Foto: João Bandeira de Mello/ G1) 
Ismael Silva aprovou o Ufa!
(Foto: João Bandeira de Mello/ G1)
O ausência do cheiro de urina acumulado foi notada e aprovada por Ismael Silva, de 31 anos, que faz curso que técnico ambiental e passou pela Central para voltar para casa, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. "Se não tivesse ele aqui, só ia fazer xixi em casa, daqui a quase uma hora", aliviou-se.
Já o gráfico Ernesto da Silva, 47, disse que não usaria o equipamento, mesmo vindo de Nova Iguaçu, também na Baixada e ainda mais longe - a cerca de 35 km do Centro do Rio, enquanto Duque de Caxias fica a 22 km. O problema é "falta de privacidade", já que o mictório fica aberto na parte de baixo, deixando os pés e boa parte das pernas à vista.
"Se vedasse embaixo, tudo bem, mas assim a gente fica muito exposto, na frente de todo mundo. Além disso, também é aberto em cima; se estiver chovendo, não tem proteção, a gente se alivia embaixo, mas se molha por cima", critica.
Por sua vez, Ismael não vê problema. "Se é só o pé, o que é que tem?", defende.
O secretário de Conservação considera que a baixa privacidade da Ufa! se justifica pela segurança - não do usuário, mas do entorno. "Como é parcialmente aberto, não há  o risco de ser utilizado para se cometer um ato ilícito sem ser notado". Inicialmente, só haverá esse mictório na Central, como teste, é só para homens, mas Marcus Belchior afirma que, em um segundo momento - ainda sem previsão -, deverá haver também um modelo para mulher.
À exceção da proteção contra o mau cheiro, esse tipo de mictório não é exatamente uma novidade no Rio. Um modelo parecido já foi testado durante o carnaval de 2010, mas foi muito criticado justamente pela falta de privacidade. A Central já possui um banheiro, que é pago - custa R$ 1,20.
MICTÓRIO PÚBLICO/CENTRAL DO BRASIL - GERAL - O prefeito Eduardo Paes lança nesta terça-feira (26), um modelo de mictório público, na Central do Brasil, no Rio de Janeiro (RJ), que foi apelidado de UFA (Unidade Fornecedora de Alívio). O mictório não utiliz (Foto: LUIZ ROBERTO LIMA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO) 
O mictório não utiliza água e é de graça (Foto: Luiz Roberto Lima/Futura Press/Estadão Conteúdo)
O sistema não utiliza água corrente e poderá ser utilizado pela população sem qualquer tipo de cobrança.

Durante o desfile do Monobloco, no dia 17 de fevereiro, 94 pessoas que faziam xixi na rua  no Centro do Rio foram levadas para a delegacia. De acordo com a prefeitura, a maioria foi flagrada pelos agentes a menos de 50 metros dos banheiros químicos instalados para o bloco. Entre os detidos havia sete mulheres e um turista espanhol.

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