Gabriela morreu após acidente no Hopi Hari
(Foto: Arquivo Pessoal / Silmara Nichimura)
"Solicitamos um dispositivo que garanta que o brinquedo não opere com a
trava destravada. Isso está sendo avaliado. Logo após, nós vamos
avaliar de novo e, após a instalação, certificação e testes, vamos
liberar se estiver tudo certo. Primeiro é a segurança", relatou o
vice-presidente.(Foto: Arquivo Pessoal / Silmara Nichimura)
A promotora de Justiça Ana Beatriz Sampaio da Silva Vieira afirmou que o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) - firmado entre Ministério Público e parque - determina a interdição do brinquedo até que sejam feitas mudanças na estrutura metálica que envolve o brinquedo, por não respeitar regras da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
"Ela invade uma área de segurança que delimita o brinquedo; e a distância entre a estrutura e o assento é curta. Um usuário muito alto pode se chocar com a trave", explicou a promotora de Justiça do Consumidor. Ela mencionou que, embora o parque ainda não tenha apresentado projetos para a reforma do 'La Tour Eiffel', os outros itens previstos no TAC estão sendo cumpridos.
Falta de fiscalização
A promotora Ana Beatriz reiterou a existência de um "vácuo no Legislação", ao lembrar que não há um órgão de segurança que seja responsável por licenciar um parque de diversões. "É uma lacuna grave, embora a ABNT seja muito boa. A conclusão é que os próprios parques deveriam fazer a própria vistoria e apresentar os laudos às autoridades competentes", explicou. Atualmente, os alvarás são concedidos pelos municípios a partir da análise de relatórios feitos por empresas contratadas para auditoria.
Sem previsão de julgamento
O juiz da 1ª Vara Criminal de Vinhedo, Fábio Marcelo Holanda, acolheu a denúncia feita pelo MP contra 12 pessoas, entre elas, o presidente do parque, Armando Pereira Filho. Eles responderão pelo crime de homicídio culposo - quando não há intenção de matar.
Silmara Nichimura, mãe da vítima, conta que a família está ansiosa pelo início das audiências e reclama da falta de rigor no Poder Judiciário. "Não entendemos a demora. Perdemos um pedaço de nós e o parque está como se nada tivesse acontecido. É uma vergonha, pois aqui os japoneses jamais colocariam em risco a vida de seus entes queridos", critica.
Vinhedo (Foto: Arquivo pessoal / Reprodução EPTV)
Após a morte da estudante no Hopi Hari, a procuradora do Ministério Público do Trabalho (MPT) Maria Stela Guimarães fez visitas ao parque e constatou que havia irregularidades trabalhistas. Com isso, o local teve que firmar outro TAC, desta vez para reduzir o tempo máximo da jornada diária, que passou de doze para oito horas.
Segundo a assessoria do MPT, os itens previstos no documento, até fevereiro, foram cumpridos pelo Hopi Hari.
Posicionamento oficial
Na ocasião que marca um ano do acidente com a morte da jovem, o Hopi Hari divulgou nota oficial na qual afirma que "cumprirá com todas as suas responsabilidade perante a família Nichimura", além de assegurar que o local está em dia com todas as normas e regras para garantir a segurança dos seus visitantes. Confira abaixo, a íntegra da nota oficial.
Com relação ao acidente ocorrido em 24 de fevereiro de 2012, o Hopi Hari informa que cumprirá com todas as suas responsabilidades perante a família Nichimura.
Hopi Hari adota padrões e processos compatíveis com a excelência de parques internacionais. Anualmente Hopi Hari é inspecionado pela TÜV SÜD Industrie Service, empresa certificadora alemã que audita os maiores parques do mundo. Hopi Hari mantém padrões e processos de segurança, seguidos pela equipe de manutenção e operação, de acordo com o manual dos fabricantes dos equipamentos e as normas da ABNT. Após o acidente, Hopi Hari reavaliou cada detalhe de seus processos em todas as áreas e recebeu a certificação internacional ISO 9001:2008, sendo o primeiro parque certificado ISO do Brasil
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