As autoridades russas decidiram cancelar neste domingo (17) as buscas
por fragmentos do meteoro que caiu na sexta-feira e deixou mais de mil
pessoas feridas. Equipes de mergulhadores estavam concentradas no lago
Shebarkul, na região de Cheliabinsk.
Com uma temperatura de -17 graus Celsius, especialistas passaram um dia
inteiro inspecionando o local. No entanto, o Ministério de Situações de
Emergência decidiu se concentrar nas tarefas de reconstrução das
regiões atingidas pelo meteoro.
Imagem divulgada pelo Departamento de Polícia da
de Cheliabinsk neste sábado (16), mas feita na
sexta (15), mostra pequeno fragmento encontrado na
beira do lago Chebakul, local onde, supostamente, o
meteoro teria caído (Foto: Divulgação/Departamento
de Polícia de Cheliabinsk)
"Os mergulhadores estiveram trabalhando lá, mas não encontramos nada",
disse o porta-voz do ministério, Vyacheslav Ladonkin. "Hoje as buscas
não continuarão", acrescentou.
Quando um corpo rochoso vem do espaço e entra na atmosfera, ele é
inicialmente chamado pelos astrônomos de meteoro. Caso atinja o solo, em
vez de se desfazer em atrito com a atmosfera, ele - ou seus fragmentos -
passam a ser classificados de "meteorito", conforme explica o astrônomo
Cássio Barbosa, colunista do G1.
Maior em 100 anos
A agência espacial americana Nasa divulgou informações capturadas por
uma rede de sensores que permitiu uma melhor avaliação do objeto que
cruzou o céu da Rússia.
Segundo a instituição, o tamanho do meteoro era de 17 metros e seu peso
era de 10 mil toneladas antes de entrar na atmosfera terrestre. Quando
se desintegrou no céu, às 0h20 (horário de Brasília) desta sexta-feira,
devido ao atrito com o ar, foram liberados 500 kilotons de energia (ou
seja, aproximadamente o equivalente à detonação de 500 toneladas de
TNT), segundo as estimativas.
O primeiro registro da entrada do meteoro na atmosfera terrestre foi
feito no Alasca, a mais de 6.500 km da região russa, onde houve os
estragos.
Os sensores de infrassom indicam que, desde o momento da entrada do
meteoro na atmosfera, até sua desintegração, se passaram 32,5 segundos.
Pessoa pbserva buraco provocado por meteorito em lago congelado Shebarkul na Rússia
"Poderíamos esperar que um evento dessa magnitude ocorresse a cada 100
anos, em média", avalia o cientista Paul Chodas, da Nasa, que encabeça
um programa da agência voltado para objetos espaciais próximos à Terra.
"Quando há uma bola de fogo desse tamanho, esperaríamos que um grande
número de meteoritos chegasse ao solo e, nesse caso, provavelmente deve
ter havido alguns grandes", avalia, em nota. O meteoro é o maior de que
se tem notícia a impactar nosso planeta desde 1908, quando outra rocha
vinda do espaço caiu em Tunguska, na Sibéria, inbforma a Nasa.
A agência americana voltou a reforçar que não há relação entre o meteoro que caiu na Rússia e o asteroide 2012 DA14, que passou perto da terra na tarde de sexta-feira (pelo horário de Brasília).
De acordo com o ministro russo de Situações de Emergência, Vladimir
Pushkov, uma equipe especial do governo foi enviada à região para
avaliar a estabilidade sísmica dos edifícios. Ele comentou ainda que
haverá cuidados ao religar o gás dessas edificações.
O governo de Cheliabinsk iniciou uma grande operação para consertar os
estragos provocados pelo fenômeno. Cerca de 20 mil pessoas foram
mobilizadas no país para participar da limpeza e também do atendimento
aos feridos, que ainda neste sábado permaneciam sob observação médica.
Último dado divulgado pelo Ministério do Interior russo aponta que ao
menos mil pessoas tiveram ferimentos devido aos estilhaços de vidro, que
se quebraram com a aparição da bola de fogo no céu. Deste total, 200
seriam crianças.
Montagem mostra queda de meteoro na Rússia
nesta sexta-feira (Foto: Reprodução)
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